Uso de Esteróides Anabolizantes por Mulheres na Musculação: Um Alerta à Saúde e à Estética
A busca pelo corpo ideal e pelos resultados rápidos tem levado muitas mulheres praticantes de musculação ao uso de esteróides anabolizantes androgênicos (EAA). Embora tais substâncias sejam reconhecidas por seus efeitos anabólicos — como o aumento de massa muscular — seu uso indevido acarreta diversos riscos à saúde, especialmente para o público feminino, que apresenta respostas fisiológicas distintas. O presente artigo, com base na monografia de Ana Carolina Silva Patrício (2012), analisa os principais aspectos relacionados ao uso de EAA por mulheres, incluindo os motivos, substâncias mais utilizadas, efeitos colaterais e implicações sociais e de saúde pública.
Érika Carvalho
6/15/20254 min read
O que são Esteroides Anabolizantes?
Os EAA são derivados sintéticos da testosterona — hormônio sexual masculino — cuja função natural está associada ao desenvolvimento de características sexuais secundárias e ao aumento de massa muscular. Em sua forma sintética, esses compostos são utilizados de forma terapêutica em casos específicos, como anemias refratárias, hipogonadismo e sarcopenia grave (Zanini, 1982; Barros, 1999).
Entretanto, seu uso com fins estéticos ou para aumento de desempenho esportivo configura prática ilícita e de alto risco, sendo proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) quando não há prescrição médica específica (Lei n° 9.965, 2000).
Perfil das Usuárias: Estética Acima da Saúde
De acordo com a pesquisa de Silva Patrício (2012), realizada com 25 mulheres em academias de Cariacica (ES), 72% afirmaram utilizar EAA. A maioria relatou motivações estéticas, como definição muscular, combate à flacidez e emagrecimento, com menor preocupação com a saúde. O principal esteróide utilizado foi o estanozolol, seguido de Deca-Durabolin e hormônio do crescimento (GH).
Além disso, o tempo médio de uso declarado foi de quatro semanas por ciclo, o que está em consonância com o padrão de uso em “pirâmide” identificado por Wilson (1988), onde a dose é gradualmente aumentada e depois reduzida.
Fontes de Informação: Um Problema Adicional
Outro aspecto preocupante revelado pela pesquisa é a obtenção de informações sobre os EAA por meio de canais não científicos: 36% das usuárias aprenderam sobre os anabolizantes por meio de sites; 18% por amigas; e 22% em lojas de suplementos. Apenas uma minoria buscou orientação médica.
Segundo Camponez (2009), essa desinformação expõe as usuárias a riscos ainda maiores, já que a dosagem, tempo de uso e combinações entre substâncias geralmente são feitas de forma empírica ou por recomendação de terceiros.
Efeitos Colaterais: A Realidade Feminina
Os efeitos adversos do uso de EAA são bem documentados na literatura científica, e se manifestam de forma acentuada nas mulheres, devido à menor produção natural de testosterona. Entre os sintomas relatados pelas usuárias entrevistadas, destacam-se:
Acne e estrias (20,58%)
Alterações no ciclo menstrual (11,76%)
Crescimento de pêlos com padrão masculino (5,88%)
Hipertrofia do clitóris (2,94%)
Engrossamento da voz (2,94%)
Alterações de humor, irritabilidade e agressividade
Esses efeitos estão associados ao processo de virilização, ou seja, masculinização da aparência e do comportamento. Em muitos casos, essas alterações são irreversíveis, mesmo após a suspensão do uso (Marcondes, 2004; Ribeiro, 2000).
Os Perigos Ocultos: Saúde Cardiovascular, Hepática e Psicológica
Além dos efeitos visíveis, há consequências silenciosas que afetam órgãos vitais. O uso prolongado de EAA pode provocar:
Aumento da pressão arterial e risco de doenças cardiovasculares;
Alterações nos níveis de colesterol (redução de HDL e aumento de LDL);
Lesões hepáticas, como hepatite medicamentosa e tumores;
Comprometimento renal;
Síndrome de abstinência e dependência química;
Transtornos psiquiátricos como depressão, paranoia e impulsividade (Brower, 1993).
A Cultura do Corpo Perfeito: Pressão e Desinformação
O culto ao corpo, impulsionado pelas redes sociais, mídia e indústria da estética, tem sido um dos principais motivadores do uso de EAA entre mulheres. Conforme Iriart et al. (2009), esse padrão estético se dissemina entre diferentes classes sociais, fazendo com que a busca pelo corpo “ideal” se sobreponha ao bem-estar físico e psicológico.
Esse cenário é agravado pela ausência de políticas públicas eficazes de fiscalização e conscientização. Como destaca Silva Patrício (2012), falta controle sobre a venda clandestina de EAA, além de campanhas educativas para alertar os riscos à saúde.
Alternativas Seguras para o Desenvolvimento Muscular
Embora o desejo por um corpo definido seja legítimo, existem alternativas seguras e eficazes ao uso de EAA, como:
Treinamento resistido personalizado, com acompanhamento profissional;
Alimentação rica em proteínas, vitaminas e minerais;
Suplementação legal e supervisionada, como creatina e BCAA;
Sono de qualidade e manejo do estresse, fatores que influenciam diretamente na hipertrofia muscular.
Além disso, o acompanhamento com endocrinologistas, nutricionistas e educadores físicos é essencial para garantir que os objetivos estéticos sejam alcançados com saúde.
Conclusão
✨ Se você deseja conquistar um corpo forte, saudável e natural, conheça meus planos de treinamento online personalizados para mulheres! Com foco em hipertrofia segura, saúde hormonal e acompanhamento profissional, você pode transformar seu corpo sem recorrer a atalhos perigosos.
👉 Clique aqui para saber mais
O uso de esteroides anabolizantes por mulheres praticantes de musculação é um fenômeno crescente e preocupante. A pressão estética, a desinformação e a facilidade de acesso a essas substâncias têm exposto milhares de mulheres a riscos sérios e muitas vezes irreversíveis.
É fundamental promover uma cultura de autocuidado, informação baseada em evidências e valorização da saúde acima da estética. Somente com educação, fiscalização e acompanhamento profissional será possível reduzir os danos associados ao uso indevido de EAA e garantir que o ambiente da musculação seja um espaço de empoderamento e bem-estar — e não de risco.
Referências
Ana Carolina Silva Patrício. O Uso de Esteroides Anabolizantes por Mulheres Praticantes de Musculação. Universidade Federal do Espírito Santo, 2012.
Barros, H.M.T. O abuso de esteroides anabólico-androgênicos em atletismo. Disponível em: http://www.scielo.br
Brower, K.J. (1993). Anabolic steroids: psychiatric effects. Psychiatric Clinics of North America, 16: 97–103.
Camponez, T. T. M. (2009). Utilização de esteroides anabolizantes por praticantes de musculação em academias da Grande Vitória-ES.
Ribeiro, P.C.P. (2000). O uso indevido de substâncias: esteroides anabolizantes e energéticos. Associação Brasileira de Adolescência.
Marcondes, F.K. et al. (2004). Esteroides androgênicos e sua relação com a prática desportiva. Disponível em: http://www.scielo.br
Zanini, A.C. (1982). Farmacologia Aplicada. São Paulo: Atheneu.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Lei n° 9.965, de 27 de abril de 2000. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br
Iriart, J.A.B. et al. (2009). Corpo, mídia e estética: representações do corpo na cultura contemporânea. Physis, 19(1), 89–104.
Wilson, J.D. (1988). Androgen abuse by athletes. Endocrinology Review, 9: 181–199.
CONSULTORIA ONLINE
Acompanhamento personalizado, 100% online, com treinos e orientações adaptadas à sua rotina, objetivos e necessidades. Eficiência, autonomia e resultados reais para mulheres que querem cuidar do corpo com equilíbrio e praticidade.
éRIKA CARVALHO
erikacarvalho.personal@hotmail.com
+55 73 99132 5575
© 2025. All rights reserved.
Personal Trainer
CREF 010487-G/BA