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Diabetes e a Prática de Exercício Resistido para Mulheres

O diabetes tipo 2 é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo, afetando milhões de pessoas, principalmente mulheres acima dos 40 anos. Com a evolução da medicina e das ciências do movimento, foi identificado que, além da alimentação e da medicação, a prática de exercícios físicos desempenha papel crucial no controle glicêmico e na prevenção de complicações. Dentre as modalidades mais recomendadas está o exercício resistido, popularmente conhecido como musculação.

Érika Carvalho

5/24/20253 min read

O que é o diabetes tipo 2?

O diabetes tipo 2 é caracterizado pela resistência à insulina e/ou pela incapacidade do pâncreas de produzir insulina suficiente para manter os níveis de glicose no sangue dentro da normalidade. Está intimamente relacionado ao excesso de peso, sedentarismo e hábitos alimentares inadequados.

Mulheres são particularmente vulneráveis devido a mudanças hormonais (como menopausa), maior propensão à gordura abdominal e fatores psicossociais. Segundo a International Diabetes Federation, cerca de 60% dos casos de diabetes tipo 2 poderiam ser prevenidos com mudanças no estilo de vida.
🔗 Fonte: https://www.idf.org

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Exercício resistido: o que é e por que é importante?

O exercício resistido envolve movimentos com resistência externa (pesos livres, máquinas, faixas elásticas ou peso corporal) com o objetivo de fortalecer a musculatura, aumentar a massa magra e melhorar o metabolismo basal.

Para mulheres com diabetes tipo 2, esse tipo de treino oferece diversos benefícios:

  • Melhora da sensibilidade à insulina;

  • Redução da glicemia de jejum e pós-prandial;

  • Aumento da massa muscular, essencial para o controle glicêmico;

  • Diminuição da gordura visceral, relacionada à inflamação e complicações metabólicas;

  • Melhora da qualidade de vida e autonomia funcional.

Evidências científicas

Estudos têm demonstrado que a prática regular de exercício resistido é eficaz no controle do diabetes tipo 2. Um estudo publicado na revista Diabetes Care (2002) mostrou que 16 semanas de treinamento resistido melhoraram significativamente o controle glicêmico em adultos com diabetes tipo 2, com redução de HbA1c em até 1,2% (Castaneda et al., 2002).
🔗 Leia o estudo aqui

Outro estudo mais recente, da Current Sports Medicine Reports (2021), destaca que a combinação de exercício resistido com aeróbico traz resultados ainda mais expressivos para mulheres com diabetes, melhorando o controle glicêmico e a composição corporal (Colberg et al., 2021).
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Recomendações de treino para mulheres diabéticas

Para obter os benefícios do exercício resistido, é importante seguir orientações de profissionais especializados. Veja algumas diretrizes gerais:

  • Frequência: 2 a 3 vezes por semana;

  • Intensidade: moderada a alta, conforme avaliação física;

  • Exercícios: grandes grupos musculares (agachamento, supino, remada, leg press);

  • Séries e repetições: 2-3 séries de 8 a 12 repetições;

  • Aquecimento e alongamento: antes e depois das sessões;

  • Atenção à glicemia: monitorar antes e depois do treino, para evitar hipoglicemia.

Cuidados específicos para mulheres

Mulheres com diabetes devem considerar aspectos específicos como:

  • Ciclo menstrual: alterações hormonais influenciam na sensibilidade à insulina;

  • Menopausa: maior risco de perda de massa muscular e ganho de gordura abdominal;

  • Osteoporose: exercícios de impacto controlado são importantes para fortalecer ossos;

  • Questões emocionais: o treino melhora humor, autoestima e bem-estar geral.

Benefícios adicionais do treino resistido

Além dos impactos na glicemia, o exercício resistido proporciona:

  • Melhora da postura e estabilidade corporal;

  • Aumento da densidade óssea;

  • Redução do estresse e ansiedade;

  • Mais disposição para atividades diárias;

  • Envelhecimento ativo e saudável.

Conclusão

O exercício resistido é uma ferramenta poderosa e segura no tratamento e na prevenção das complicações do diabetes tipo 2 em mulheres. Quando praticado de forma regular e orientada, ele melhora significativamente o controle glicêmico, promove o ganho de massa magra, reduz a gordura visceral e proporciona bem-estar geral.

Com acompanhamento profissional e planejamento adequado, é possível conquistar mais saúde, autonomia e qualidade de vida, mesmo convivendo com uma doença crônica. Mulheres com diabetes têm no exercício resistido um aliado valioso para viver com mais leveza, força e confiança.

Referências Bibliográficas