Benefícios dos Exercícios Físicos no Tratamento da Dor Lombar: Uma Abordagem Baseada em Evidências
A dor lombar é uma das principais causas de incapacidade funcional e absenteísmo no trabalho no mundo. Afeta pessoas de todas as idades e tem impacto significativo na qualidade de vida, na produtividade e nos custos com saúde. Diante desse cenário, a busca por tratamentos eficazes, de baixo custo e que promovam melhora funcional tem colocado os exercícios físicos como um dos pilares no manejo conservador da dor lombar.
Érika Carvalho
6/4/20253 min read
A dor lombar: um problema multifatorial
Estudos apontam que a dor lombar tem uma prevalência anual de mais de 50% da população brasileira, sendo a principal causa de aposentadoria por invalidez em 2007 (Frasson, 2016). A dor pode ser classificada em aguda (até 6 semanas), subaguda (6 a 12 semanas) ou crônica (acima de 12 semanas). Na maioria dos casos (90%), trata-se de dor lombar não específica, ou seja, sem uma causa anatômica bem definida.
Diante disso, intervenções que foquem na funcionalidade e na adaptação do paciente são prioritárias. Os exercícios físicos, com destaque para programas estruturados e supervisionados, têm se mostrado eficazes para redução da dor e melhoria da qualidade de vida.
Evidências sobre os benefícios dos exercícios
Segundo a Revisão Cochrane de Hayden et al. (2015), com 61 ensaios clínicos randomizados, o exercício terapêtico é eficaz na redução da dor e da incapacidade em pessoas com dor lombar crônica. Para casos subagudos, programas graduais também demonstraram resultados positivos, embora com evidências mais modestas.
Outro estudo, de Choi et al. (2015), mostrou que a prática regular de exercícios pode prevenir recaídas de dor lombar após o tratamento inicial. A atividade física não apenas reduz a dor, mas também melhora a função motora, a estabilidade do tronco e a confiança do paciente em se movimentar.
Tipos de exercícios recomendados
Exercícios de estabilização
De acordo com Smith et al. (2014), os exercícios de estabilização vertebral são eficazes na melhora da dor lombar. Eles fortalecem os músculos do core (abdominais, paravertebrais e pelve), aumentando a estabilidade da coluna e prevenindo recaídas. Esses exercícios são particularmente indicados para pessoas com instabilidade segmentar ou que apresentam medo de se movimentar.
Pilates
O método Pilates tem sido amplamente estudado em relação à dor lombar. Segundo Yamato et al. (2015), o Pilates é eficaz na redução da dor e na melhora da funcionalidade em pessoas com dor crônica. Embora não haja superioridade sobre outros tipos de exercício, ele oferece vantagens como a melhora da consciência corporal e do alinhamento postural.
Caminhadas
A caminhada é uma intervenção simples, de baixo custo e fácil adesão. Lawford et al. (2015) demonstraram que ela é tão eficaz quanto outras intervenções não farmacológicas para redução da incapacidade e melhoria da qualidade de vida. É indicada para pacientes que não têm acesso a programas estruturados ou que preferem exercícios ao ar livre.
Exercícios aeróbicos e condicionamento físico
O condicionamento físico geral também contribui para o controle da dor. Hayden et al. (2015) ressaltam que programas aeróbicos leves a moderados, como ciclismo ou hidroginástica, são benéficos na fase crônica, pois promovem adaptações cardiorrespiratórias e reduzem a percepção de dor.
Importância da adesão e da supervisão profissional
A eficácia dos exercícios está diretamente relacionada à adesão do paciente. Por isso, é importante considerar as preferências pessoais, condições clínicas e estilo de vida. O acompanhamento de fisioterapeutas ou educadores físicos é essencial para orientar a execução correta dos movimentos, evitar sobrecargas e garantir a progressão adequada da intensidade.
Benefícios fisiológicos e psicossociais
A prática regular de exercícios traz efeitos fisiológicos amplos:
Redução da inflamação sistêmica;
Melhora da oxigenação tecidual;
Estimulação da liberação de endorfinas (analgesia natural);
Aumento da flexibilidade e do tônus muscular.
No aspecto psicológico, os exercícios têm efeito positivo sobre ansiedade, depressão e autoestima. Segundo Richmond et al. (2015), pacientes que se mantêm ativos têm maior controle sobre sua condição e menos medo do movimento (cinesiofobia).
Considerações finais
O exercício físico é uma estratégia eficaz, segura e de baixo custo no tratamento da dor lombar, especialmente quando inserido em um plano de reabilitação individualizado e supervisionado. As evidências científicas demonstram que diferentes modalidades de exercício podem ser eficazes, desde que praticadas com regularidade e adequadas ao perfil do paciente. Além disso, promovem benefícios que transcendem o alívio da dor, impactando positivamente a qualidade de vida.
Referências
Frasson VB. Dor lombar: como tratar? OPAS/OMS. Fascículo 9. Disponível em: https://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/arquivos/biblioteca/fasciculo_9.pdf
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